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ENTREVISTA: ÚNICA MULHER DE MT NO HAITI

DIA DA MULHER
Militar de MT é a única em comitiva no Haiti

Ela participou da missão de paz na cidade de Porto Príncipe, capital do Haiti


Lição e experiência para a vida toda. É o que a militar Érica Farias Gomes, que atua como 3º sargento do Exército, em Cuiabá, diz ter trazido na bagagem da missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), na cidade de Porto Príncipe, capital do Haiti. Ela foi a única mulher a integrar a comitiva do Exército da Região Centro-Oeste, composta por 88 soldados voluntários de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que ajudaram na reconstrução do país devastado por um terremoto em janeiro de 2010.

Em homenagem ao Dia da Mulher, comemorado nesta terça-feira, 8 de março, o site da TV Centro América traz uma reportagem com relatos da jovem de 24 anos, que trabalhou no setor de enfermagem da base do Comando do Exército, na cidade haitiana.
“As cenas são indescritíveis e, em todos os instantes, nos fazem repensar em valores e princípios que carregamos”, ressalta. Érica trabalhava no Exército do Rio de Janeiro e há dois anos está servindo na 13º Brigada de Infantaria Motorizada de Cuiabá.
Ela se deslocou para o Haiti com o grupo em agosto de 2010 e permaneceu seis meses longe de casa, período em que auxiliou no tratamento de pessoas contaminadas por diversas doenças e epidemias, como a cólera, que já matou milhares de haitianos. Também contribuiu nos serviços de patrulha e segurança.

Cenário caótico
A militar conta que as ruas de Porto Príncipe continuam cheias de lixo e escombros, mesmo depois de um ano da tragédia. Observa também que mais de 1 milhão de haitianos ainda vivem em acampamentos de desabrigados, os quais possuem condições mínimas de higiene. “As cenas são tristes, pois, a população vive sem nenhum tipo de proteção e com todos os riscos. Nem mesmo possuem água potável, o que facilita a propagação das doenças”, reforçou ao destacar ainda a miséria que assola a população.
Outro ponto em observação, segundo ela, se refere as toneladas de lixo hospitalar produzidas diariamente que ficam sem local adequado para ser depositada. “Isso prejudica o próprio funcionamento das unidades e acarreta no tratamento dos pacientes”, frisa.
Para a integrante da missão, a realidade do Haiti não melhorou e acredita que levará muitos anos para que o Governo local consiga reestruturar o país, considerado o mais pobre da América Latina.


Exploração
A sargento aponta também que o abuso e exploração sexual contra mulheres, crianças e adolescentes, são problemáticas enfrentadas no local e que têm avançado cada vez mais. As tropas de brasileiros realizam campanhas e promovem palestras educativas em escolas, alojamentos, como alternativas para a prevenção.
O Brasil está à frente da missão de paz no Haiti desde 2004. Porém, os trabalhos foram intensificados com envios de tropas brasileiras após o país ser atingido por um terremoto de 7 graus de magnitude no dia 12 de janeiro de 2010.


Desafio e missão
Apesar das cenas chocantes e das situações de extremo risco que correu, Érica Farias garante que retornaria para o Haiti novamente como voluntária. “Acredito que tenho a missão de ajudar aquelas pessoas e é muito bom poder contribuir de alguma forma”, conclui.
Por outro lado, aponta que o desafio não é retornar para o Haiti, mas, sim, convencer o esposo, a qual é casada há dois anos, em deixa-la ir novamente. “Eu voltaria para lá. Mas, o difícil será convencer o meu marido porque a saudade nesses seis meses foi muita”, finaliza.
A tropa de 88 militares de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul vindos do Haiti desembarcou no dia 24 de fevereiro, no aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande. Do total de militares, 32 são de Cuiabá e atuam na 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, e 51 são lotados no município de Cáceres. Os outros cinco vieram das cidades de Coxim e Corumbá, localizadas no estado vizinho. Um outro grupo deverá embarcar novamente para Porto Príncipe no mês de agosto.


TVCA/EXPRESSO MT

Um comentário:

  1. Só ressaltando que essa militar nao escova os dentes e tem um bafo de boca de lobo!

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