Corregedoria da Casa abre procedimento para checar se deputado foi racista e quebrou decoro
O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) foi notificado ontem da investigação preliminar contra ele na Corregedoria da Câmara. A notificação foi feita com base em quatro pedidos de investigação. Existem ainda mais dois que devem ser anexados ao mesmo processo. O deputado, que é acusado de ter dado declarações racistas e homofóbicas, terá agora prazo de cinco dias para se defender, mas pretende se manifestar antes deste período.
Bolsonaro tem de prestar satisfações à Corregedoria por ter dito em entrevista na TV que seria "promiscuidade" se seu filho se relacionasse com uma mulher negra. No programa ele também atacou homossexuais e afirmou que torturaria seu filho se o pegasse fumando maconha.
As declarações provocaram reações e protestos de entidades estudantis, movimento negro e movimentos de defesa dos homossexuais que pediram punição do parlamentar.
"A democracia avança quando se combate a homofobia, o racismo, o preconceito", defendeu Yann Evanovick, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).
A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, fez também um ataque à postura do deputado. Ela destacou que não se pode permitir o uso da homofobia para encobrir racismo.
"Aqueles que agem de forma racista, quando são flagrados sentem-se livres para manifestações de homofobia. Se mantivermos essa lógica não teremos um Brasil digno."
O deputado afirmou que sua defesa na Corregedoria vai comprovar que ele não é racista.
Ataque ao MEC. O parlamentar pretende se defender com o argumento da imunidade. Ele comemorou estar no centro da polêmica por acreditar que possa impedir o Ministério da Educação de distribuir materiais em escolas que, segundo ele, defendem o homossexualismo.
O MEC distribui nas escolas públicas cartilhas educativas contra a homofobia, o que foi criticado pelo deputado. "Eu estou feliz porque estamos detonando com o tsunami de homossexualismo que seríamos invadidos por causa deste kit gay."
Na mesma manifestação contra Bolsonaro, os movimentos de afrodescendentes também fizeram críticas ao deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) que afirmou no Twitter que os africanos são "amaldiçoados". O deputado diz que a citação é bíblica e teológica.
Estadão
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