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O exército e a políticagem

Já nos manifestamos várias vezes neste espaço contra o emprego das Forças Armadas em missões policiais contra criminosos organizados. As Forças Armadas do Brasil têm uma função que pode ser definida simplesmente como: garantir a soberania do País. Exército, Marinha e Aeronáutica não são organizações preparadas para combater criminosos comuns. Vemos hoje pelo noticiário dos jornais nacionais que o Exército está metido em uma encrenca maiúscula nas favelas do Complexo do Alemão, no Rio, para combater traficantes organizados. “Para o bem da pátria e felicidade geral da nação brasileira”, a presidente Dilma precisa baixar uma ordem curta e grossa: mandar retirar o Exército do Complexo do Alemão e deixar a tarefa de combater criminosos ao Governo do Rio de Janeiro. Se quiser, a Presidente Dilma poderá mandar a Polícia Federal e Força Pública Federal formada por policiais de vários Estados para desmantelar as organizações dos traficantes. O Exército não pode agir nesse tipo de ação porque, se em combate morrer alguma pessoa – traficante ou não –, logo se levantarão os políticos “em defesa dos direitos dos excluídos”. O Exército é organização séria que não pode servir de ponto de apoio a campanhas de politiqueiros da politicagem, da politiquice ou da politicalha. Pensem nisso, senhoras e senhores do Conselho da República do Brasil. Peçam para Dilma retirar o Exército do Complexo do Alemão antes que o equívoco se transforme em um bicho pior do que a mitológica Hidra de Lerna.

Perigo
Todo cidadão de bom-senso admite que a permanência do Exército no Complexo do Alemão pode comprometer a imagem da instituição. Repetimos: oficiais e soldados do Exército não foram treinados para mediar conflitos de bandidos. Isso é tarefa de polícia. O que espanta é que poucos protestam contra o que está a ocorrer no Rio.
Politicagem
Para indignação de quem observa a cena carioca sem entender a missão de polícia do Exército no Complexo do Alemão, que deveria terminar neste ano, foi prolongada por interesse dos políticos até junho de 2012 ou até que o Governo do Rio instale lá uma Unidade de Polícia Pacificadora. Isso é ação de marketing para as Olimpíadas de 2016.
Armação
Imaginem o que ocorrerá se os traficantes orientarem jovens do morro para desafiarem os soldados que patrulham as favelas e algum deles sair ferido! É só o que falta para que políticos profissionais armarem uma campanha em defesa dos direitos dos pobres dos morros. Pura jogada politiqueira para gerar votos nas próximas eleições. Tá na cara!

Fonte: Ivan Santos - Jornalista

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