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Comandante teme plantação de coca no Brasil


Em debate sobre proteção de fronteiras, Exército diz que há indícios da presença de cartéis mexicanos de narcotráfico em países da Amazônia
A plantação de coca no Peru já chegou a áreas baixas e úmidas da Amazônia e poderá em breve chegar ao Brasil. O alerta foi feito pelo comandante militar da Amazônia, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, durante audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), com o tema "Vigilância de fronteiras — organização, distribuição espacial na Amazônia e no Sul do país".
Na audiência, presidida por Fernando Collor (PTB-AL), o general informou que uma grande área da plantação de coca, em áreas de índios ticunas, foi descoberta em ação conjunta das polícias do Brasil e do Peru. E, caso se estenda até o lado brasileiro, o país deixará de ser apenas "corredor de passagem".
— Se a coca for plantada no Brasil, o grau de complexidade será muito maior. Temos indícios da presença na região de cartéis mexicanos, que têm um modus operandi mais violento. Temos de estar muito atentos — afirmou Villas Bôas.
A presença de guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) na região de fronteira foi indicada, pelo coordenador do Centro de Pesquisas Estratégicas da Universidade Federal de Juiz de Fora, Ricardo Vélez Rodríguez, como um fator de risco de insegurança, devido à sua participação no tráfico de armas e de drogas.
Entre outras ameaças potenciais à segurança do país, em sua opinião, estão o aumento da produção de cocaína na Bolívia e a criação do "maior centro de contrabando da América do Sul" na região da Tríplice Fronteira, entre Brasil, Paraguai e Argentina.
Ainda a respeito da fronteira brasileira com a Colômbia, o jornalista Marcelo Rech, editor do site de notícias Inforel, relatou o papel exercido por soldados do Exército Brasileiro na região de Tabatinga (AM) e Leticia, do lado colombiano. Em primeiro lugar, observou, existe uma integração dos dois exércitos "além dos acordos formais", que, a seu ver, ajuda a construir confiança mútua. Em seguida, ele relatou a importância do Exército Brasileiro para a população civil dos dois lados da fronteira.
— Alguns colombianos com quem conversei me disseram como consideravam importante a presença na região dos militares brasileiros, até, por exemplo, pelo atendimento odontológico a crianças colombianas. Um soldado brasileiro me disse que ali não há distinção de idioma, bandeira ou nacionalidade, pois todos estão na Amazônia, distantes dos dois governos — relatou Rech
Jornal do Senado

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