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Araguaia: iniciadas entrevistas para localização de desaparecidos

O Grupo de Trabalho Tocantins, que procura restos mortais de guerrilheiros e militares desaparecidos durante a Guerrilha do Araguaia (1972-74), começou no início deste mês a fase de entrevistas com pessoas da região que viveram o período de confronto. O grupo quer saber se elas têm novas informações que possam levar à localização dos restos mortais dos desaparecidos.

Os integrantes da Equipe de Entrevistas e Contextualização dos Fatos estão no sudeste do Pará e no norte do Tocantins. De acordo com o Ministério da Defesa, as entrevistas são importantes para orientar as explorações de campo. As buscas foram interrompidas em janeiro e serão retomadas após o fim do período chuvoso na região, previsto para maio.

Além disso, peritos do Instituto de Medicina Legal do Distrito Federal (IML-DF) e da Polícia Federal (PF) trabalham na identificação dos restos mortais encontrados no ano passado. O material está guardado no Hospital Universitário de Brasília, administrado pela Universidade de Brasília (UnB).

Este ano, o grupo vai explorar as regiões de Pimenteira, Castanhal de Zé Alexandre, Oito Barracas, fazenda Pai e Filho, cemitério de Xambioá e Cemitério de Marabá. Essas áreas estão situadas nos municípios paraenses de Marabá, São Domingos do Araguaia, São Geraldo do Araguaia, e na cidade de Xambioá, em Tocantins.

O Grupo de Trabalho Tocantins foi criado pelo Ministério da Defesa em abril de 2009, por determinação da 1ª Vara Federal de Brasília. A Justiça determinou que a União tente encontrar os restos mortais dos envolvidos na Guerrilha do Araguaia, ocorrida há cerca de 40 anos na região.

O movimento armado de resistência à ditadura militar foi liderado pelo PCdoB, e aconteceu às margens do rio Araguaia, entre o sul do Pará e o norte do Tocantins (na região conhecida como Bico do Papagaio), no começo da década de 1970.

A resistência heroica sobreviveu a duas expedições militares de grande envergadura do Exército Brasileiro, sendo dizimada apenas na terceira. O confronto aos guerrilheiros foi a maior mobilização de tropas do Exército Brasileiro desde a Segunda Guerra Mundial.
 

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