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GENOÍNO: "VOU SER UM SERVIDOR DO MINISTÉRIO DA DEFESA E DE JOBIM."

José Henrique Lopes
Nomeado para trabalhar como assessor especial do ministro da Defesa, Nelson Jobim, o ex-deputado José Genoino diz que o bom relacionamento com o novo chefe e a experiência em temas relacionados às Forças Armadas pesaram para sua escolha. Longe dos holofotes políticos desde sua saída da presidência do PT, em 2005, após o escândalo do mensalão, Genoino não conseguiu se reeleger deputado federal nas eleições do ano passado.
Cauteloso, ele evita apontar questões específicas às quais poderia dar prioridade no novo posto e ressalta que não tem “nenhuma pretensão política”. Em entrevista ao R7, o petista, que participou da Guerrilha do Araguaia e lutou contra a ditadura militar (1964-1985), afirma que agirá de acordo com o que for determinado por Jobim.
- Não sou eu que determino as prioridades. As prioridades quem determina é o ministro. Eu vou ser um servidor do Ministério da Defesa e do ministro Jobim. Vou trabalhar sob as ordens dele. Ainda não tem nada definido. Serei um servidor do governo da Dilma.
Segundo Genoino, o envolvimento com assuntos relacionados à Defesa vem dos tempos da Constituinte, quando integrou a Subcomissão de Defesa do Estado. Questionado sobre o novo chefe, o petista diz ser um “admirador de Jobim” e de seu trabalho na pasta e lembra que, como deputado, sempre foi um interlocutor do Ministério da Defesa no Congresso.
- Tenho uma relação muito longa [com Jobim] e total afinidade com o trabalho que ele vem fazendo. Trabalhei com as propostas dele na Câmara, como deputado, na Comissão de Defesa, na Comissão de Justiça, participei da discussão sobre a Estratégia Nacional de Defesa. É um tema com qual tenho familiaridade.
Genoino nega ter sentido qualquer resistência por parte dos militares quanto à sua nomeação, uma vez que ele e seus futuros colegas estiveram em lados opostos durante a ditadura.
- Minha relação com as Forças Armadas é também dessa época. Eu sempre tive uma relação institucional, fluente, uma relação de discussão e debate sobre temas das Forças Armadas.

Comissão da Verdade
Ao falar sobre a criação da Comissão da Verdade, órgão que ficará responsável por apurar crimes cometidos pela ditadura, o ex-deputado se esquiva de polêmicas e afirma que, a exemplo de outras questões relacionadas à pasta, só atuará dentro do que for determinado por Jobim.
Ele descarta desempenhar um papel de articulação com o Congresso para agilizar o trâmite do projeto de lei que cria a Comissão da Verdade, parado na Câmara desde maio de 2010.
- O Ministério da Defesa tem uma assessoria parlamentar. Eu não serei assessor parlamentar, vou ser assessor do ministro, e ele é quem vai determinar onde eu posso assessorá-lo.
O novo funcionário do governo, cuja nomeação foi publicada nesta quinta-feira (10) no Diário Oficial da União, diz que deve começar a trabalhar na semana que vem, depois de reunir os “papéis oficiais” necessários para a posse. Ele nega ter recebido orientações especiais da presidente Dilma Rousseff.
- Eu a consultei, mas ela não determinou nada. Não conversei com ela sobre o trabalho, eu vou conversar com o Jobim, porque sou assessor dele.
R7

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