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PM apreende armamento no Alemão


Suspeito lançou até granada contra policiais, mas artefato não explodiu
Numa das maiores apreensões já feitas desde a ocupação do Complexo do Alemão e da
Vila Cruzeiro, policiais militares do Batalhão de Campanha trocaram tiros com bandidos e apreenderam, no início da noite de anteontem, uma granada, uma pistola 45mm, três carregadores de calibres 9mm, .40 e 45mm, além de 27 cartuchos dos mesmos calibres, 299 ampolas e 919 papelotes com cocaína. Segundo a Força de Pacificação do Exército, a arma foi a terceira apreendida no complexo em 11 meses. Para estudiosos e autoridades, um problema pontual e até previsível para o que representou, por mais de 40 anos, a violência na região.
— Foram décadas de abandono, com um longo histórico de violência policial. É necessária uma grande mobilização social e ainda muito trabalho. Além disso, são várias favelas com muitos acessos. É difícil ter controle do que entra e sai — explicou o sociólogo João Trajano.
Segundo a Polícia Militar, por volta das 17h30m de anteontem, uma equipe patrulhava a subida para o Setor do Teleférico Itararé quando se deparou com traficantes.Uma granada teria sido lançada contra os policiais, mas não explodiu. A guarnição chegou a ficar cercada no alto da favela.Mas, com a chegada de reforço, os bandidos fugiram. No local, a polícia prendeu Luís Cláudio Nunes Cardoso, de 21 anos. Com ele, a polícia também teria encontrado uma máquina de contar dinheiro.
Ainda de acordo com os PMs,apesar da troca de tiros ter ocorrido a poucos metros de uma base do Exército, eles não receberam apoio. O batalhão de campanha da PM foi implantado por orientação do Exército, que comanda as forças de pacificação do Complexo do Alemão. Segundo o major Marcos Bolsas, da Comunicação Social da Força
de Pacificação do Exército, não houve necessidade de intervenção do Exército, uma vez que a situação foi logo controlada.
Segundo ele, desde o início da ocupação foram realizados 81 autos de prisões em flagrante e apreendidos quase cinco mil papelotes de cocaína, 573 papelotes e 325 sacolés de maconha, além de 400 pedras de crack no complexo. Bolsas diz ainda que a população participa ativamente no processo de pacificação, principalmente com informações sobre a presença de traficantes:
— O tráfico ainda funciona porque existe uma demanda interna. São bocas de fumo itinerantes.
Ontem, cinco homens que se envolveram numa confusão com militares do Exército no Alemão foram soltos, a pedido da Defensoria Pública da União. O grupo passou quatro dias no Presídio Ary Franco, em Água Santa. Segundo a versão do Exército, os cinco foram presos por desacato e desobediência, após ofender os militares com palavrões e alusões ao tráfico de drogas. Ao deixar a prisão, um dos acusados contou que os militares foram truculentos e que o grupo foi preso por engano. Dos cinco detidos, quatro trabalham nas obras do PAC do Alemão. O Exército não comentou as acusações.
O Globo

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